terça-feira, 3 de abril de 2012

Adolescência ^^

Bem, queria dizer-vos que nem todos os dias são como queremos, sim, há dias em que estamos com a auto-estima lá em cima, outros dias em que estamos com a auto-estima lá bem no fundinho, e sim, esses dias, são os dias em que nos sentimos mal, sentimos-nos mal connosco, e por isso, não podemos estar bem ninguém, são dias em que acordamos com um humor de "cão" como se costuma dizer, são dias em que só nos apetece chorar, apetece-nos "maltratar" quem se preocupa connosco, não respondemos da melhor maneira a ninguém, não é por mal que o fazemos, nem nos apercebemos das nossas atitudes, por mais que nos chamem à atenção, parece que nada se encaixa com o que dizem, parece que só nós temos razão (...)
Sim, a adolescência é mesmo isso, é uma fase de mudanças, uma fase de reconhecimento, uma fase para nós formarmos a nossa identidade, uma fase de tomada de posse, queremos tornar-nos independentes,é uma fase para nós escolhermos o caminho que devemos tomar, o rumo que devemos seguir!
Vou falar um pouco da minha adolescência:
Bem como todos sabem a adolescência, começa por volta dos 14-15 anos, pois bem, sim foi a partir daí que a minha vida começou a mudar, porquê?
A partir dos 15 anos, mudei-me para uma cidade completamente diferente, ambientes diferentes, amigos diferentes, casa nova, professores novos, sítios que nunca tinha frequentado, tudo mudou na minha vida, sempre estive habituada a viver numa cidade onde propriamente não havia discotecas, bares, e fui para uma cidade onde isso é comum, é uma cidade onde crianças de 13 anos começam a frequentar a noite, sempre estive rodeada de amigos, da minha família, e fui para uma cidade onde não conhecia ninguém a não ser a minha mãe, e por falar na família, sempre vivi com o meu tio, a minha irmã, e os meus avós maternos.
Bom, nesta altura o meu avô já estava doente, sim, estava com cancro da próstata, mas eu tomei a decisão e ir viver com a minha mãe, sim, era esse o meu sonho desde pequenina, mas após o primeiro período escolar de lá estar, logo me arrependi, tentei voltar, mas cortaram-me as asas, não me deixaram regressar, obrigaram-me a continuar naquela cidade, eu queria voltar, porque não conseguia habituar-me nem aos professores, aos amigos, à cidade em si, e à minha mãe, sentia falta do carinho dos meus avós, sentia falta da rotina, sentia falta do abraço deles, sentia falta dos bons dias deles, sim é verdade a minha mãe também me dava abraços, beijinhos, mas... nada era igual, para mim era estranho levantar-me todos os dias e ter que fazer o pequeno-almoço para mim, não ter companhia enquanto comia os meus cereais, quando chegava da escola a minha mãe não estava, estava a trabalhar, saía tarde, queria falar com alguém quando chegava a casa das aulas, dizer como correu o meu dia, e não estava lá ninguém, porque por mais que ela tenha acompanhado o meu crescimento, na verdade, quem estava lá sempre para me deitar, dar beijinhos de bom dia e de boa noite, quem estava lá quando eu adoecia, quando eu trazia testes bons ou maus, quando me nasceram os primeiros dentinhos, quando chovia torrencialmente e eu não queria ir para casa a pé, eram os meus avós, sim, foram eles que fizeram de mim o que sou hoje, eles são as únicas pessoas que cuidaram de mim como uns verdadeiros pais, também não esquecendo o meu titi, que sempre que podia, estava lá, está sempre lá quando preciso, e acompanhou sempre o meu crescimento e conhece-me também melhor que ninguém...
Bem, falando dos outros acontecimentos que têm marcado a minha adolescência, uma das que mais me marcou até agora, e foi a que mais de matou por dentro, a que mais me fez mudar e tornar-me uma pessoa fechada, fria, melancólica, foi no dia, 17-01-2011, tinha eu 16 anos o meu avô faleceu, sim aquele grande Homem, que me criou como se fosse filha dele, sim esse mesmo, como já vos tinha contado a história nos  meus textos todos do blog, já sabem o que se passou, foi o momento da minha vida, em que não pensei noutra coisa senão: "Leva-me contigo, não consigo estar neste mundo, se tu não estiveres aqui para me apoiar avô, o que vai ser de mim, sem a tua ajuda, sem os teus beijinhos, sem a tua voz para me elogiar? O que vai ser se quando eu quiser cantar e tocar uma música na guitarra e tu não estiveres lá para apreciar? O que vai ser de mim, se eu quiser um daqueles abraços "bigs" e tu não estiveres lá? O que vai ser de mim, quando eu quiser ouvir da tua boca: "Eu amo-te minha netinha"??"
Foi o que eu mais desejei, sim, desejei ir contigo, não imaginei a minha vida sem ti, e o que me custa mais?
Saber que eras o único que compreendia aquilo que eu estava a sentir, aquilo que eu queria, só através de uma simples palavra conseguias perceber se eu estava bem ou mal, através de um simples olhar me dizias um "AMO-TE" bem gigante, a nossa cumplicidade era tão grande, que um dia nos havemos de reencontrar, contigo foram muitas recordações, mas foi uma coisa em especial, e vai ser essa coisa, que nos vai unir até à eternidade, seja de que maneira for, sei que um dia, vamos dizer olhos nos olhos: "AMO-TE, SEMPRE SOUBE QUE ESTE DIA IRIA CHEGAR"...
Este dia marcou muito a minha vida, não pelas melhores razões, sim pelas piores, e a partir deste dia sei que nunca mais fui a mesma, sim, a minha vida por mais boa que fosse, para mim era má, tudo era com uma melancolia tal, era um tédio, fazer seja o que for, era uma tristeza quando voltava ao ponto de partida, a casa, via a avó no estado em que ficou, ir ao teu quarto e não te ver, ir ao oficina e saber que nunca mais te ia ver lá, a fazer o artesanato que tu tanto gostavas, tudo me fazia voltar à infância, tudo me fazia relembrar os momentos que passei contigo, os dias no rio, os dias na praia a jogar raquetes, até isso, era contigo que eu jogava, e serás sempre o único com quem gostava de jogar, ninguém que jogue comigo me dá tanta pica como tu me davas avô, lembro-me das tardes passadas na barraquinha da praia na figueira da foz, a minha infância foi tão feliz, queria reviver tudo novamente, fazia tudo igual, mudava apenas uma coisa, nunca na minha vida tinha saído de ao pé de ti nem da avó, foram os teus 2 últimos anos de vida, eu devia ter-te apoiado, devia ter ficado contigo e não o fiz, abandonei-te, arrependo-me todos os dias de o ter feito, mas não posso voltar atrás por mais que queira, só te posso dizer que Foste, És e Sempre Serás o Único Homem da Minha Vida Meu Avozinho lindo :$

Um dia vou beijar-te novamente, vou apertar-te com tanta força, quanta eu tiver, vou dizer Amo-te todos os dias, e vou simplesmente dizer-te: Não me Abandones novamente Por Favor!